Homologado o primeiro plano liderado pela banca que permite adquirir empresas através da dívida

A Cuatrecasas assessorou o Banco Santander e o CaixaBank na operação de reestruturação e posterior homologação judicial do plano de reestruturação do Grupo Rator, promovido por ambas as entidades bancárias e pelo Grupo Griñó, como investidor, numa operação que marca um relevante precedente no âmbito das reestruturações empresariais em Espanha.

O Tribunal de Comércio número 2 de Múrcia proferiu uma sentença pioneira, que rejeita a oposição de devedores e sócios e homologa o plano apresentado conjuntamente pelos credores e pelo investidor, num caso de distressed M&A que permite impulsionar a colaboração entre bancos e empresas para adquirir entidades em situação de reestruturação.

O plano, que permitiu reduzir o endividamento do Grupo Rator em mais de 80 milhões de euros, contempla a execução de diversas operações societárias que facilitarão uma mudança tanto na gestão como na propriedade do grupo. Como resultado das mesmas, o Grupo Griñó passará a ser o único sócio, garantindo a viabilidade e continuidade operacional de uma empresa estratégica no sector da reciclagem e da economia circular.

A resolução judicial aborda questões de grande relevância jurídica e económica, muitas delas inéditas na prática judicial espanhola, e estabelece um precedente de especial relevância para futuras reestruturações empresariais. O trabalho conjunto e proativo da banca, em colaboração com um grupo industrial nacional, foi determinante para assegurar a continuidade da atividade do Grupo Rator, confirmando a eficácia dos novos mecanismos de reestruturação face aos tradicionais processos de insolvência.

Este plano de reestruturação representa um marco no sector e contribui para posicionar Espanha como jurisdição de referência no âmbito europeu para a gestão de crises empresariais. A colaboração entre o Grupo Griñó, Banco Santander, CaixaBank e os respetivos assessores jurídicos foi fundamental para o sucesso da operação, demonstrando a capacidade dos novos instrumentos legais para salvaguardar empresas estratégicas e fomentar a economia circular.

A equipa de assessoria foi liderada por Ignacio Buil e Rosa Gual, sócios da área de Reestruturações, que contou com o apoio das advogadas Désirée Cazorla e Lourdes Menéndez.